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Lançamento de Livros

CORPO E ESCRITA
Relações entre Memória e Transmissão da Experiência 

Ana Costa

Lançamento: 10 de dezembro, às 19:30h, na Livraria Pulsional (Rua Dr. Homem de Melo, 351 - Perdizes/SP - Tel.: 3675 1190).     172 págs.    R$ 22,00    ISBN 85-7316-266-X     

"Corpo e escrita, segundo livro de Ana Costa, dá prosseguimento ao trabalho desenvolvido no primeiro Interpretação e ato em psicanálise (Ed. Companhia de Freud, 1998). Ali, Ana Costa investigava as condições que possibilitam ao sujeito dizer "eu"... e reconhecer-se a partir do que ele próprio vai constituir como contorno para o "si mesmo". Pode parecer estranho a alguém de fora da psicanálise que um tema aparentemente tão óbvio quanto a identificação de alguém consigo próprio seja assunto de investigação. Esta é, no entanto, a tarefa radical da psicanálise desde os seus primórdios: indagar sobre o que nos parece óbvio, desnaturalizar o que parece natural, expor a complexidade e a contradição do que aparenta estar solidamente assentado sobre uma verdade inquestionável. O psicanalista, na vertente da melhor tradição da modernidade, é um incômodo questionador de verdades estabelecidas. Esta é a tarefa que Ana Costa assume em seu ensino e seus escritos. Estamos diante de uma investigação sobre as condições que possibilitam a existência da memória, as relações da memória com o corpo, a pulsão, a própria "ficção do si mesmo" e, como não poderia deixar de ser, com a escrita".

Maria Rita Kehl

"Desde suas concepções iniciais, o aparelho psíquico foi considerado por Freud como aparelho de memória articulado à estrutura da linguagem: máquina de produzir representação dos estímulos endógenos, como a pulsão, e daqueles provenientes do mundo externo. O aparelho psíquico é, pois, uma borda constituinte de uma realidade psíquica, que sucumbe aos excessos, freqüentemente inassimiláveis pelas representações do sujeito – lembre-se que o inassimilável é um dos nomes do real para Lacan.

É nesse sentido que o presente ensaio de Ana Costa trabalha a relação entre memória, experiência e transmissão de modo original e rigoroso, valendo-se igualmente de desenvolvimentos de Benjamim e Arendt. O fio que sustenta seu percurso é a questão: "Como é possível transmitir algo único, que se produz de uma única vez, que para repeti-lo é necessário revivê-lo?".

Ousando percorrer regiões complexas da teoria psicanalítica, Ana Costa nomeia de registro o relacionamento do acontecimento com a representação e desenvolve os fundamentos de toda possível transmissão sobre a relação da experiência compartilhada com aquilo que escapa à própria representação, isto é, a articulação entre simbólico e real. Assim como o corpo é essencialmente furo, borda orificial através da qual se produz toda e qualquer troca com o Outro, a linguagem é, no fundo, contorno da falta de um significante. Duas matrizes de saber (e não de conhecimento) são propostas pela autora: o saber complementar, em que o sujeito toma o outro como suporte da representação, sustentando a dialética ativo/passivo (campo das identificações), e o saber reflexivo, onde ocorre uma espécie de subtração do sujeito e o advento do terceiro excluído/incluído (referência à lei)".

Marco Antonio Coutinho Jorge

Ana Maria Medeiros da Costa é psicanalista e doutora em Psicologia Clínica pela PUC/SP. É autora do livro A ficção do si mesmo - Interpretação e ato em psicanálise (Ed. Companhia de Freud, 1998) e de inúmeros artigos publicados em coletâneas, entre eles "Autoridade e legitimidade", do livro Função Fraterna (Relume Dumará Ed., 2000).

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