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Presentações de livros

Doença Ocupacional
Psicanálise e relações de trabalho

de
Marina Durand

Sumário

Apresentação

I. Saúde e doença: qualidade de vida no trabalho
Seminário: saúde e doença
Doença Ocupacional. Uma ocupação também para
psicólogo
A loucura e a saúde. Configurações do vínculo no trabalho
Psicoterapia dos casos de LER
A doença na instituição e a doença da instituição
Reabilitação psicossocial
O Serviço Público de atendimento à saúde mental do trabalhador
Diferentes dimensões da clínica com grupos
A prática da saúde mental
Caráter ambíguo, vínculos confusos
II. Os vínculos nas instituições
Psicoterapia e instituição
Vínculos enlouquecedores nas instituições
Clínica dos vínculos
Vínculos nas instituições
Transferência no consultório e na instituição
O degredo da lei Caráter brasileiro
Bibliografia

Estes textos tratam do dia-a-dia de trabalho nas empresas e instituições, discutem o sentido que a organização do trabalho tem para quem trabalha; tratam da repercussão do âmbito transubjetivo nos vínculos e na subjetividade de cada um. Estes são os parâmetros que definem, de fato, a política de gerenciamento do pessoal e por meio deles é que avaliamos a qualidade de vida no trabalho.
Constatamos que as contradições institucionais explodem no coração do profissional, tornando-se pessoais; abalam sua auto-estima, desvitalizando-o. A sensação de impotência acontece quando cedemos à tentação de resolver os problemas, pretendendo com isso aplacar a atmosfera de ameaça.
O tema da desmotivação no trabalho não se resolve motivando  o indivíduo, mas modificando as situações que interferem no seu equilíbrio vital.
O que engendra a produção, do ponto de vista psíquico, é a saúde ou a doença?
O que assusta mais: a vitalidade da saúde ou a apatia e o ressentimento próprios da doença?

Apresentação

No Brasil nós fazemos muita coisa, temos uma experiência rica de trabalho em Saúde Mental, mas não cultivamos a prática de refletir e escrever sobre ela. Aliás, quando procuramos as teorias vamos encontrá-las nos autores estrangeiros, falando de um modo e sobre coisas que, tendo algo em comum conosco, não são exatamente o mundo e a realidade brasileiras.

Um amigo, Ricardo Pelosi, costuma dizer que os franceses fazem um grupo e escrevem seis livros sobre esse grupo. Nós realizamos projetos, criamos alternativas, contornamos problemas e não escrevemos uma linha sobre essas experiências. Perdemos a oportunidade de contacto e diálogo com os colegas que compartilham dificuldades semelhantes, desconhecendo os caminhos percorridos e as soluções encontradas.

Beatriz Silvério e Waldemar Fernandes, com experiência e capacidade para promoverem eventos científicos, atividades que desenvolvemos no NESME (Núcleo de Estudos em Saúde Mental e Psicanálise das Configurações vinculares), propiciaram, ao longo desses anos, a oportunidade de escrevermos para esses eventos. Com o esforço de todos os colegas que há anos vêm trabalhando com grupos, como Catalina Pagés e Fernanda Maria Gomes, publicamos revistas científicas onde apresentamos nossas experiências.

Quando começamos a dar cursos de formação de psicoterapeutas e coordenadores de grupo, utilizei como bibliografia alguns dentre esses artigos. Eles foram especialmente úteis nos cursos que, junto com Betty Svartman, temos oferecido aos profissionais de Saúde Mental da rede pública em Santo André e em Mogi das Cruzes.

Fiquei feliz ao perceber que esses textos foram úteis para os alunos, começamos a abrir um caminho para pensarmos o vivido. Isso dá prazer, apesar de não ser fácil.

É preciso contar que tudo que tenho escrito tem como matéria-prima a experiência de quase 25 anos de trabalho na Reabilitação Profissional do INSS; nós tínhamos que ajudar os trabalhadores afastados do trabalho, por acidente ou doença, a retornarem à vida profissional. Tudo que venho fazendo tem a ver com o que vivi, conheci, experimentei, sofri e amei atendendo a população. Pessoas de todos matizes, de todos os estados do Brasil, das mais diferentes profissões, cada um com sua história e com as histórias que viviam nos seus trabalhos. As tensões, as angústias e os conflitos do ambiente de trabalho sobrecarregam o corpo, precipitando os acidentes e as doenças profissionais. Vibram em nós os reflexos do que pulsa na sociedade. A oportunidade de reflexão e crescimento que este contacto propicia é extraordinária.

Essa é a origem deste livro que foi nascendo de uma maneira singela. Ana Beatriz W. Tura deixou um recado no meu consultório, queria falar comigo. Uma amiga sua, Rita, havia sido minha aluna no NESME e lhe emprestara um texto que eu havia escrito sobre doenças no trabalho. Ela queria discutir o assunto comigo e obter mais material. Fui, aos poucos, oferecendo os textos que vieram a se tornar os capítulos deste livro, por sugestão da Beatriz. Agora, eu os entrego a vocês esperando que possam ser úteis.

QUARTA CAPA
A doença, independente da individualidade do sujeito, da sua intenção e à revelia da sua consciência, tem um significado no código que organiza as relações de trabalho e se traduz por um efeito preciso sobre o ambiente: Vejam o que vocês fizeram comigo!  Através do sujeito que adoece falam as insatisfações de todos. A marginalização e o afastamento do sujeito devem ser entendidos não como um problema pessoal, mas como uma resposta a este potencial contagioso, que é de natureza psíquica. Além de todas as questões orgânicas e ergonômicas envolvidas com o problema da LER, existe este nível de contágio psíquico por meio da identificação com o sintoma. O sintoma, no caso, é um índice do desejo de transformações no ambiente de trabalho, que não encontra canais e nem linguagem no universo do trabalho, para se expressar verbalmente.

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